Por Erick, O Caçador
Que os valores tradicionais estão em franco processo de inversão no Brasil, é fora de dúvida. O que era, até pouco tempo atrás, considerado o "Mal" e, portanto, referência do comportamento do "mau" elemento, agora é visto como se o contrário fosse. E vice-versa...
O mais claro exemplo dessa decadência é a forma absurdamente benevolente com que o criminoso é tratado, contrastando com a forma hostil e (por que não?) Presuntiva de culpa com a qual a Polícia é vista.
O Bandido rasga o pacto social, mata, estupra, trafica, ameaça, rouba, aterroriza a Sociedade... Mas é ensinado que ele é um coitado, vítima da Sociedade e, pior: vítima da Polícia! Para ele, o criminoso, toda a compreensão e Direitos Humanos, todo o apoio é pouco. Se for possível, o ideal é transforma-lo num Robin Hood. Numa grande emissora de TV, em programa conduzido por um dos mais tradicionais nomes do jornalismo televisivo, uma enquete distorcida mostrou que os participantes daquele programa preferem acudir um traficante ferido, do que um Policial também ferido. Vagabundos de todos os tipos se rejubilam com esse tipo de coisa, pois a única força que os detém, na sua tirania de força bruta nas ruas e lares contra o povo, é a Polícia.
Leis cada vez mais pró-criminosos, são aprovadas por políticos corruptos, eleitos com dinheiro de Crimes contra o patrimônio público: Bandidos que protegem bandidos! Melhor dizendo: políticos que mentem ao cidadão de bem, mas são sinceros na sua dedicação ao crime... Como resultado dessas Leis e, muitas vezes, da inversão de valores no próprio Judiciário, a Polícia prende e a Justiça solta. Aliás, falamos de uma conjuntura que praticamente chega a criminalizar os Policiais, como se estes fossem culpados de obedecer ordens para enfrentar os marginais violentos com o uso da força. O resultado é o Império da Impunidade e do medo. Os assassinos estão livres, nós não estamos!
E nas Escolas, se infiltrou uma doutrina ridícula, supostamente "social", mas na verdade, o coroamento de toda a safadeza que há décadas vem sendo ensinada em telenovelas e filmes nacionais - retrato da desorientação moral de uma classe artística que não produziu uma obra-prima sequer, que sirva de referência para o mundo, mas bombardeia diuturnamente a sociedade brasileira com expressões do que de mais degenerado pode haver nas relações humanas. Sim, eles também ensinam que o Policial é o vilão da história.
Polícias sucateadas, mal-pagas, sem efetivo apropriado, com pouco treinamento, anacrônicas, acuadas pelo peso do "tudo contra"... Tal é a consequência dos fatos elencados acima. Não é raro o cidadão precisar da Polícia, por exemplo, ligando para o número de emergência, e receber a informação de que "não há viaturas disponíveis" - ou sequer ser atendido! Nas Delegacias, muitas vezes a própria estrutura mal-cuidada do prédio já causa um impacto negativo. Sem investimentos adequados há décadas, como a Segurança Pública poderia estar bem?
E a moda, agora, é por a culpa do crise nacional no Serviço Público, como se o rombo enorme nas contas públicas causado por um rol de associações criminosas de políticos, empresários et caterva não fosse causa primeira de toda a situação; Como se a razão de ser do Estado fosse outra, que não servir aos cidadãos; Como se a população em geral tivesse condições financeiras de pagar por Saúde, Educação e Segurança privadas, além de contribuir com os impostos abusivos. De qualquer forma, fica claro que investimentos em Segurança Pública são vistos como "gastos" - não prioritários, a mais das vezes, e até ( pasmem) supérfluos. Os investimentos nesse campo simplesmente são ridículos.
A lástima é que o cidadão só se toca disso quando sente na pele a Força do Crime, quando é vítima dos verdadeiros maus e não tem quem lhe defenda, quando descobre que as leis não lhe amparam, quando vê o vagabundo que lhe atacou sorrir na cara da Polícia. No que o criminoso sai da Delegacia pela porta da frente, não há a opção de chamar o Batman. Essa é a realidade.
Lembrem-se os que lerem estas linhas: para que os maus vençam, basta que os bons fiquem inertes. É exatamente o fruto dessa inércia que estamos colhendo agora, em escala nacional. E tem mais para o futuro...
Erick Guerra, O Caçador