terça-feira, 28 de maio de 2019

SAIBA AS CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS DAS MANIFESTAÇÕES PRÓ-BOLSONARO DE 26 DE MAIO

Por Erick, O Caçador

 
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    Jair Bolsonaro é um homem de muitos feitos. Filho de família pobre, entrou na Academia Militar das Agulhas Negras por méritos próprios, onde formou-se Oficial do Exército Brasileiro. Anos depois, saiu da caserna para a Câmara Federal, onde viveu como um obscuro Deputado por mais de duas décadas. No decorrer de todo esse tempo, foi isolado pela notória Máfia que lá reina, por conta de suas posições "fora de moda": defesa do Regime Militar, da honestidade na política e da moralidade dos costumes.


    Durante os mandatos presidenciais de Dilma Roussef (PT), o então Deputado Bolsonaro fez veemente denúncia da Sra "Presidenta", lembrando por diversas vezes o passado da mesma como terrorista e partícipe de Organizações Criminosas que promoveram assaltos a banco e sequestros. Vale lembrar que, nesse mesmo período, a futura "Presidenta" afastada por improbidade administrativa abriu a chamada "Comissão da Verdade" (apelidada de "Comissão da Meia-Verdade" ou "da Mentira"), uma espécie de fórum de esquerda feito para acusar os militares de crimes prescritos no âmbito da Lei de Anistia (de 1979), da qual a própria ex-presidiária e ex-"Presidenta" é notória beneficiária. Mas a fama de Bolsonaro chegou mesmo ao ser chamado de "estuprador" pela Deputada petista Maria do Rosário que, ironicamente, é uma defensora de estupradores (como o foi no caso Champinha), madrinha dos "Direitos Humanos" e mentora da atual organização subterrânea "Polícia Antifascista" (apontada como uma milícia política do PT, atualmente agindo infiltrada nas instituições de Segurança Pública). Devido à campanha nacional que foi orquestrada pela Esquerda Brasileira para caluniá-lo e denegrí-lo, Jair Bolsonaro veio a tornar-se uma figura-símbolo do Antipetismo que tomou conta do Brasil após as revelações da Operação Lava-Jato, que apontaram as gestões de Lula e Dilma (ambos do PT) como responsáveis pela criação e manutenção da maior estrutura de corrupção como forma de Governo já vista na História Universal.


    Na votação do Impeachment de Dilma Roussef, o então Deputado Jair Bolsonaro dedicou seu voto à memória do Coronel Carlos Brilhante Ustra, herói brasileiro da Guerra Fria que atuou de forma implacável no combate às Organizações Terroristas (Ustra foi acusado de tortura na já aludida "Comissão da Verdade", e chegou a ser condenado em primeira instância numa ação cível, mas o processo foi extinto em segunda instância pelo TJSP, o que faz o Coronel legalmente inocente). Mais ou menos por esse período, Bolsonaro ganhou o apelido de "Mito" e caiu nas graças do eleitor, como natural candidato presidenciável para pôr ordem na bagunça em que o Brasil ainda está.






    Candidato a Presidente da República, primeiro Bolsonaro foi ridicularizado pelo "Sistema", depois, fez todos outros candidatos unirem-se contra ele, num esforço do "Mecanismo" para barrar sua entrada no Planalto. O "Mito" enfrentou intensa campanha de fake news e difamações e chegou a sofrer um atentado contra sua vida, feito por um doente mental e terrorista que tem em seu currículo uma década de militância no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), além de ativismo político "Fora Temer" e "Lula Livre". Jair sobreviveu ao ódio esquerdopata e sua campanha seguiu prometendo uma agenda liberal e o corte das farras com dinheiro público, num País viciado em "bolsas" e corrupção. Numa situação inédita na História do Brasil, o eleitor derrotou o "Sistema", votando no "cavalo azarão" que, diziam as pesquisas compradas, seria vencido por qualquer um dos outros concorrentes, no segundo turno. 


   No Poder, o Presidente Bolsonaro montou uma equipe magistral, cumpriu mais de 30% das promessas de campanha já nos primeiros 100 dias de governo e apresentou no Congresso Nacional as medidas certas para erguer o Brasil (Reforma Administrativa, Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista, Pacote de Leis Anticrimes e Anticorrupção). Mas aí começaram outros problemas.


    O primeiro entrave ao Governo Bolsonaro é o ódio fisiológico dos partidos de Esquerda e de suas militâncias, que preferem ver o Brasil na sarjeta do que dar ao Presidente a oportunidade de bem governar e, assim, talvez ser cotado para uma futura reeleição. O jogo sujo da Esquerda vai da intensa campanha midiática de fake news e distorções, até a mobilização de fascistas camisas-vermelhas nas ruas, sob pretextos risíveis. O objetivo é criar uma atmosfera de instabilidade política e a sensação de que o Brasil piorou. Para os que tem amor pela bandeira vermelha, a população brasileira só interessa na medida em que lhes sirva de escada para o Poder. Esse grupo político se alimenta de ódio, ignorância e miséria, só prospera no caos - e é exatamente por isso, que a Esquerda sempre trabalha para criar as condições sociais negativas que lhe favorecem. 


   O segundo problema é o grupo de parlamentares conhecido por "Centrão". Liderados pelo Presidente da Câmara Federal Rodrigo Maia e pelo Presidente do Senado Davi Alcolumbre, esse grupo pretende submeter o Presidente a um "toma-lá-dá-cá", como condição de governabilidade. É a conhecida "velha política" dos interesses particulares, para a qual Bolsonaro foi eleito justamente na missão de eliminar da gestão nacional. O Centrão se aliou à Esquerda, para sabotar o Presidente no Congresso e impedi-lo de governar, o que está sendo conhecido como "parlamentarismo branco". Nos bastidores, comenta-se que há uma trama para forjar um injusto impeachment do Presidente Bolsonaro, para que Rodrigo Maia assuma a presidência (um ato preliminar seria a "PEC do Golpe" - de autoria do Centrão - que determina que o Vice-Presidente jamais assuma a Presidência da República em caso de renúncia, impedimento ou morte do Presidente). Há ainda o agravante de que nesse momento, o Centrão foi engrossado por traidores oportunistas eleitos na "Onda Bolsonaro", mas que viraram as costas aos seus eleitores e rasgaram suas próprias promessas de apoiar o Presidente e as mudanças de que o Brasil precisa.


   O Governo ficou praticamente travado. Na grande mídia e nas redes sociais, a propaganda anti -Brasil dos socialistas jogava nas costas do próprio Presidente não só as dificuldades atuais criadas ao Brasil por eles mesmos, esquerdistas e Centrão, mas também o legado negativo dos últimos trinta anos de desgoverno de Esquerda nesse País. Assim, diziam eles que Bolsonaro estava isolado politicamente e sem saída, próximo de sofrer um impeachment!




    Cercado por essas forças adversas, Jair Bolsonaro recebeu do povo brasileiro uma das maiores manifestações de rua em apoio a um Governo já registradas na História do Brasil, no domingo, dia 26 de maio de 2019. As conseqüências foram imediatas:


    * No dia 23 de maio, ainda antes da manifestação popular (mas na visível agitação que a antecedia), a Câmara do Deputados tirou a MP 870 (Reforma Administrativa) da geladeira, onde estava para caducar, e votou sua aprovação rapidamente, apenas retirando o COAF (Conselho de Controle de atividades Financeiras) do Ministério da Justiça e devolvendo ao Ministério da Economia. De lá, a MP seguiu para o Senado;


       * Na sexta-feira 24 de maio, no mesmo clima pré-manifestação patriótica popular, a Ministra Carmen Lúcia (STF) decidiu manter o fim do imposto sindical obrigatório, em acordo ao que o Presidente Bolsonaro já havia decidido;


    * Na segunda-feira, 27 de maio, o assunto das manifestações do dia anterior dominaram o Congresso Nacional. No Senado, se falou muito em devolver o COAF a Sérgio Moro (Ministério da Justiça), para otimizar o combate à corrupção. A votação em aprovação da MP 870 é tida como certa e a apreciação da matéria já foi marcada para o dia seguinte;


     *  Rapidinho, a Câmara Federal já encontrou um atalho para tirar o Pacote Anticrimes de Moro do "fim da fila" e votá-lo já em junho;


     * Na terça-feira, 28 de maio, o Presidente Jair Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada a visita dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal (Dias Toffoli), da Câmara dos Deputados (Rodrigo Maia) e do Senado Federal (Davi Alcolumbre). Foi um "Café da Manhã";


    * No mesmo dia, Rodrigo Maia pediu ao relator para antecipar a entrega do parecer da Reforma da Previdência (que estava empacada);


     * Os índices da IBOVESPA tiveram alta imediata de 1, 65%, após essa medida de Rodrigo Maia;


    * Ainda na noite da terça, o Senado Federal aprovou a MP 870. Com aquiescência do próprio Bolsonaro, o COAF fica no Ministério da Economia. Dessa forma, com tramitação a jato, a Reforma Administrativa (incluindo extinção de sete Ministérios e de centenas de milhares de cargos comissionado) já foi para sanção presidencial.





    O povo nas ruas fez uma diferença grande! E vai continuar fazendo...


  A lição que o cidadão de bem brasileiro deu às forças políticas nacionais é evidente: "Não atrapalhem o Presidente da República, pois o governo dele é de nosso estrito interesse!"






Erick Guerra, O Caçador


terça-feira, 7 de maio de 2019

QUAL A LIGAÇÃO DO NAZISMO COM A ESQUERDA?

Por Erick, O Caçador




    Graças à fala do Presidente Jair Bolsonaro, que disse "não ter dúvida que o Nazismo era de Esquerda", surgiu um amplo debate a respeito da veracidade dessa afirmação sobre o Nacional-Socialismo (Nazismo) ser um fenômeno político de Esquerda. No que se baseia tal entendimento? Vamos tentar aprofundar a questão nesse artigo, dando aos leitores elementos suficientes para concluir definitivamente por si:


    GENEALOGIA DO NAZISMO - Segundo admitia o próprio Adolf Hitler, o Nacional-Socialismo Alemão foi abertamente inspirado no Fascismo, que havia sido criado alguns anos antes, na Itália. Dado que o Fascismo serviu de modelo para o Nazismo, é comum o uso do termo "Nazi-Fascismo", referindo-se ao conjunto dos fenômenos políticos de mesma orientação, ocorrido nessa época em vários outros países (inclusive no Brasil). Isso faz com que o entendimento do Fascismo e de suas origens seja crucial para traçar a genealogia do Nazismo.


   Acontece que o criador e principal líder do Fascismo, Benito Mussolini, anteriormente era um marxista de carteirinha, filiado ao Partido Socialista Italiano, portanto um homem de Esquerda. O próprio pai de Mussolini foi um Socialista fervoroso, ferreiro de profissão, tendo dado ao filho o nome de Benito, para homenagear o revolucionário mexicano Benito Juárez. O filho seguiu ao pai em suas concepções políticas, sendo fortemente influenciado pelas idéias do Sindicalismo Revolucionário proposto originalmente pelo francês Georges Sorel. Nos primeiros anos do século XX, Benito militou ativamente nos movimentos esquerdistas italianos, tendo estado à frente de jornais de divulgação das doutrinas de Karl Marx voltados para a criação de um ambiente pré-revolucionário em seu País. De fato, até hoje Mussolini é considerado um dos Socialistas mais proeminentes da Itália, devido à sua importante participação como liderança do movimento Socialista, tendo até sido preso algumas vezes por essa militância ardorosa e destacada. A orientação política do PSI era o marxismo de viés sindicalista, também conhecido como "Trabalhismo" (tal como o brasileiro Partido dos Trabalhadores, em suas origens).


     Para esclarecer qualquer dúvida, o Socialismo é uma etapa que antecede e prepara a implantação total do Comunismo numa Nação, segundo a proposta do teórico Karl Marx (criador do Comunismo e de cujo nome origina-se o termo "marxista").




    Mussolini só veio a romper com o PSI em 1914, quando divergiu da orientação do Partido com relação à participação da Itália na Primeira Guerra Mundial: Benito era a favor, em certa circunstância, enquanto o PSI era totalmente contra. Em face disso, ele foi expulso do PSI e, posteriormente, alistou-se no Exército Italiano, tendo lutado até 1917, quando deu baixa por ferimentos sofridos no front. Rompido com o Partido Socialista, em 1919 Mussolini fundou os FASCI ITALIANI DI COMBATIMENTO, que depois viriam a se tornar o Partido Fascista. A proposta Fascista era ideologicamente Socialista, pois baseava-se no Sindicalismo, na intervenção do Estado na Economia (antiliberalismo), no Governo como expressão da vontade das massas e no culto à personalidade do líder (como acontecia na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, com Lênin). Unicamente por conta da desavença pessoal do PSI com Mussolini, o Partido Fascista posicionou-se como anti-socialista.


    Formando milícias para a "Luta de Classes" que se distinguiam pelo uso padronizado de camisas negras, o Movimento Fascista realizava marchas no campo e nas cidades, impondo terror aos adversários e, não raro, utilizando a violência nos seus atos políticos (exatamente como faz o MST, no Brasil, usando camisas vermelhas). Em 1922, Mussolini dirigiu seus camisas negras numa Marcha sobre Roma e, sob tal coação, o Rei Vitório Emanuel III nomeou-o primeiro-ministro da Itália. A partir daí, Mussolini tornou-se ditador do País, subordinando todos os Sindicatos ao Governo e banindo os demais partidos políticos, implantando censura dos meios de comunicação, perseguindo seus opositores (socialistas, inclusive) e utilizando as milícias de forma agressiva para manter a sociedade civil sob controle total (qualquer semelhança com o Socialismo Bolivariano da Venezuela não é mera coincidência). Para conquistar o apoio das elites e acalmá-las, Mussolini afirmou que o Fascismo era contra o Bolchevismo Marxista-Leninista (Ditadura Militar do Proletariado, também inspirada nas idéias de Karl Marx, que regia a contemporânea União Soviética, então governada por Lênin).



    Apesar de ser antiliberal e antidemocrático, portanto um opositor - em princípio - das Democracias Capitalistas Liberais do Ocidente (França, Inglaterra, EUA, etc), Mussolini se colocou para a aristocracia e os industriais italianos como uma espécie de "terceira via", pois não tencionava destruir a propriedade privada dos meios de produção (como o Marxismo Bolchevique faria), embora também não abrisse mão do Trabalhismo e de manter a economia sob estrito controle estatal (ao contrário do que o liberalismo propunha). A idéia era a de que os capitalistas que tivessem alinhamento com o Governo Fascista receberiam contratos garantidos do próprio Estado, contanto que concordassem em conceder certos direitos aos trabalhadores. A vantagem para os Capitalistas era a de que o Governo manteria os trabalhadores sempre dóceis, através do controle dos Sindicatos. Na relação custo-benefício, os Capitalistas tinham seu lucro garantido pelos impostos do contribuinte, enquanto as massas teriam uma renda mínima padronizada e outros benefícios - isso, se apoiassem o Regime Fascista. Como no Regime Socialista Soviético, o Estado Fascista era coletivista e totalitário, isto é, o interesse do coletivo (Estado) sempre estava absolutamente acima dos interesses dos indivíduos.


    Tal abordagem econômica, propondo o então inédito intervencionismo do Estado na economia capitalista, foi objeto dos estudos do economista John Maynard Keynes, cujas teorias vieram a salvar o próprio Capitalismo, na crise de 1929. Segundo chegou a dizer Keynes, o lugar do mundo onde suas teorias foram mais correta e amplamente aplicadas foi na Alemanha Nazista, por sinal. Para efeito comparativo, até então, o único País do Mundo em que o Estado interferia na economia era a União Soviética, onde a Ditadura Bolchevique havia estatizado todos os meios de produção e controlava totalmente o mercado pela  planificação de metas produtivas, através dos famosos Planos Quinquenais. Podemos dizer, por conseguinte, que o Fascismo foi filho rebelde do Socialismo, porque apesar do parentesco evidente, não se propunha a implantar o Comunismo, da forma que os Bolcheviques Soviéticos estavam fazendo. Em suma, o Fascismo era um tipo novo de Socialismo, que propunha a convivência com o Capitalismo (como modelo econômico), enquanto mantinha um projeto de Poder com controle absoluto do Estado pelo Partido Único, através do discurso social trabalhista e da ação intimidatória de sua militância, no mesmo modelo populista do Socialismo convencional. Para garantir que o próprio povo jamais questionasse o Estado, o Regime Fascista procedeu o desarmamento dos cidadãos e iniciou uma massiva doutrinação ideológica nas escolas e universidades - que incluiu a exaltação à personalidade de Mussolini - exatamente como Lênin já havia feito na URSS. 




    Praticamente TODOS os Partidos políticos da Esquerda Brasileira atual são fascistóides em seus programas e atuação (incluindo PT, PC do B, PSOL e PSTU, entre outros). A exceção fica apenas para as siglas mais à extrema-esquerda, que ainda sonham em implantar o Bolchevismo radical clássico, com fuzilamento massivo dos "burgueses", expropriação da propriedade privada e economia estatizada totalmente planificada pelo Estado, com o objetivo de chegar ao estágio do Comunismo.


    Na prática, a adesão do capitalismo italiano ao intervencionismo estatal fez a economia daquele País atravessar a Crise Mundial do Capitalismo de fins dos anos 20 com tranquilidade. Tal fato deu destaque extraordinário ao modelo político Fascista, que foi entendido como fórmula de renovação e prosperidade para um Mundo assolado pela terrível crise econômica. O Fascismo ostentava pompa imperial em grandes solenidades marciais presenciadas por multidões e anunciava um extraordinário renascimento do Antigo Império Romano. É aí que entra Hitler e o Partido Nacional-Socialista.



     O PARTIDO NACIONAL-SOCIALISTA DOS TRABALHADORES ALEMÃES - Em 1919, depois da derrota alemã na I Guerra Mundial e estabelecimento do Regime Republicano no País, um grupo de nacionalistas fundou o Partido Socialista dos Trabalhadores Alemães, rapidamente rebatizado como Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP - Deutsche Arbeit Partei). Desde o início, o Partido dos Trabalhadores Alemães se posicionou contra o Partido Social-Democrata Alemão e contra o Partido Socialista Alemão, pelo motivo de que as duas últimas siglas seguiam orientação Marxista-Leninista internacionalista, isto é, recebiam ordens de Moscou para estabelecer uma revolução internacional, tal como o já citado Partido Socialista Italiano. Sendo os criadores do DAP autênticos nacionalistas, viam com desprezo o internacionalismo das duas outras agremiações alemãs ligadas ao trabalhismo. Por declarar-se contra o internacionalismo socialista, o DAP conseguiu atrair para suas fileiras os veteranos de guerra desmobilizados das Forças Armadas, que formavam, nessa época, uma massa de desempregados.





    Explica-se: quando da rendição alemã na I Guerra Mundial, nenhum soldado estrangeiro havia entrado na Alemanha, de forma que a capitulação da Nação era inexplicável aos olhos dos combatentes do front - que, afinal, estavam suportando agruras inimagináveis em defesa da Pátria e morrendo aos milhares, diariamente, nos campos de batalha dentro do território inimigo. Ocorre que o Kaiser Wilhelm II capitulou por causa da onda de greves e manifestações promovidas no interior da própria Alemanha por revolucionários Socialistas e Social-Democratas (duas correntes do marxismo), que intencionavam expandir a Revolução Russa para a Alemanha! O Imperador, já abatido com o enorme morticínio da guerra, entendeu erroneamente que o seu povo não queria mais lutar e aceitou a rendição, para consternação das Forças Armadas. Esse fato criou o sentimento de "punhalada pelas costas" que os milhões de veteranos passaram a sentir pelos Comunistas, pois que estes traíram a Pátria Alemã, em plena Guerra Mundial, pelas idéias de Karl Marx. Uma curiosidade é que a maioria dessas lideranças revolucionárias esquerdistas de 1917 eram judeus.


    Os fatos acima elencados, junto com a miséria e inflação galopante que assolaram a Alemanha durante todo os anos 20, criaram no senso comum popular a crença de que o judaísmo e o comunismo eram ligados. As dívidas de guerra exorbitantes, pagas pela Alemanha a bancos de propriedade judaica também afloraram o anti-semitismo popular. A combinação das necessidades materiais, da humilhação nacional, do anti-semitismo popular, do inconformismo com a derrota na guerra e do caos político, deu espaço para que o radicalismo avançasse na preferência popular. Nesse contexto, o DAP se declarava em guerra contra o Bolchevismo e contra o Judaísmo internacional, e a favor do nacionalismo germânico.




    Ainda em 1919, Adolf Hitler entrou no Partido, rapidamente se destacando por sua oratória e se constituindo a liderança principal. Em 1920, a sigla muda pela última vez de nome: agora é o PARTIDO NACIONAL-SOCIALISTA DOS TRABALHADORES ALEMÃES (Nationalsozialitische Deutsch Arbeit Partei - NSDAP). Por "Nacional-Socialismo", se entendia um Socialismo eminentemente de raiz Alemã, contrário ao Socialismo Internacionalista Marxista (chamado pejorativamente Judaico-Bolchevismo pelos nazistas), bem como em total repúdio pelo Tratado de Versalhes (acordo humilhante de rendição alemã na guerra). As propostas iniciais do Nazismo eram erradicar o Judaico-Bolchevismo da Alemanha, recuperar o orgulho nacional, reerguer o País e formar um novo Império Alemão - o Terceiro Reich. Evidentemente, tudo isso era mais fácil de falar, do que de fazer. Tal como Benito Mussolini, Adolf Hitler constituiu uma milícia partidária, os camisas pardas.


    Para conseguir os objetivos do Nacional-Socialismo, Hitler sabia que não podia contar com os vencedores da I Guerra (as Democracias Capitalistas Ocidentais). Seus olhos se voltaram para o modelo organizacional das duas alternativas que se apresentavam à sua frente: a Ditadura do Proletariado do Socialismo Soviético e a Ditadura Fascista Italiana. O detalhe importante é que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas era desprezada por ele (e por todos os Nazistas), como "ninho do Judaico-Bolchevismo" - portanto o centro da conspiração internacional que derrotara a Alemanha na Grande Guerra. Com efeito, o Fascismo Italiano afigurou-se como o principal modelo seguido pelo Nacional-Socialismo, com sua proposta inovadora de Socialismo outsider ao Marxismo-Leninismo e evidente prosperidade econômica, em contraste com o Capitalismo aparentando decadência do resto do mundo.


     A Hitler repugnava a sociedade burguesa e liberal, feita de shopping centers e arranha-céus. Com efeito, a imagética Nacional-Socialista remete - e muito - ao Império Romano ( de quem o Fascismo, supostamente, seria herdeiro). A própria saudação Nazista (com o braço estendido como uma espada) era uma saudação romana e os desfiles marciais repletos de estandartes, águias e tochas flamejantes eram o mais próximo da cenografia da época antiga clássica que uma Nação moderna jamais recriou. O Nazismo, de fato, é um Fascismo Alemão com a adição do componente ideológico racial. No mais, entende-se que o Nacional-Socialismo pretendia criar um novo homem, tal como a utopia Socialista também o sonhava. Mas o novo homem tencionado pelo Nazismo não era o Homem Comunista proposto por Karl Marx e, sim, um Super-Homem Ariano capaz de erguer o Império que eclipsaria Atenas, Esparta e Roma pelos feitos em armas e pelo brilho cultural.




     Após muitos altos e baixos durante todos os anos 20, Hitler chegou aos anos 30 como um dos líderes políticos mais influentes da Alemanha. O Partido Nazista era um fenômeno eleitoral e, para conseguir o apoio da elite industrial alemã, o Füehrer fez o mesmo que Mussolini: propôs o pacto de intervencionismo na economia, contratos estatais para os empresários e direitos trabalhistas para o povo. Em 1933, após eleições democráticas em que o Partido Nazista obteve boa votação, Hitler foi chamado a ser o primeiro-ministro da Alemanha.


    Nesse momento, Hitler e o Partido Nacional-Socialista tinham bem claro o seu projeto de Poder: 

a)Implantar uma Ditadura nos mesmos moldes do Fascismo (Partido Único, culto à personalidade do líder, coletivismo  e totalitarismo, união dos Sindicatos, desarmamento da população, doutrinação em massa através do sistema educacional e dos meios de comunicação, economia keynesiana, discurso populista e manutenção das milícias político-partidárias como forma de controle social);

b)"Purificar" a sociedade alemã dos elementos hostis ao Nacional-Socialismo: Marxistas Internacionalistas (Socialistas e Social-Democratas), Liberais, Maçons, Judeus e minorias étnicas não-germânicas. A idéia era constituir uma comunidade germano-ariana raiz, através do resgate e ressurreição da herança histórico-cultural alemã;

c)Reconstruir as Forças Armadas Alemãs e colocá-las no patamar das melhores do mundo, pelo entendimento que uma grande potência só se faz através de sua expressão militar;

d)Erguer o Reich de Mil Anos através de uma grandiosa guerra de conquista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, cujo território extenso seria o espaço vital de que a Alemanha precisava para ser um Império Mundial, mesmo na falta de colônias ultramarinas como tinham a França e a Inglaterra. Os nazistas pretendiam fazer no Reich o mesmo que as 13 colônias norte-americanas fizeram na Conquista do Oeste ao México e aos índios: marchar pelas terras alheias fazendo valer o direito da força aos povos submetidos. A diferença é que pretendiam marchar para o Leste, anexando o território da URSS, vingando a "punhalada pelas costas" no próprio ninho do Judaico-Bolchevismo, destruindo o Marxismo-Leninismo e acabando de vez com a aterrorizante ameaça de expansão da Revolução Russa para a Europa. De fato, Hitler queria salvar o Ocidente à moda das guerras da antiguidade, com o genocídio das populações conquistadas, a destruição das cidades e da própria razão de ser do inimigo, substituindo tudo o que seria arrasado por colônias germanizadas - assim como fizeram Roma, os EUA e a própria URSS.




    A guerra pela conquista do espaço vital aconteceu, mas as coisas não foram como Hitler pretendia: o Reich de Mil Anos durou apenas doze, o Marxismo-Leninismo abocanhou metade da Europa e estendeu seus tentáculos pelo Mundo inteiro, até hoje.


    O presente artigo fica por aqui. Espero que você tenha feito seu próprio juízo sobre a ligação do Nazismo com a esquerda.




Erick Guerra, O Caçador